quarta-feira, 31 de outubro de 2007

VITRA FIRE STATION

As funções de proteção e definição de espaços significaram o ponto de partida do desenrolar do conceito arquitetônico desta edificação: uma série linear e estratificada de paredes. O programa ocupa os espaços que resultam entre essas paredes, perfurando-os, inclinando-se e inclinando-se e quebrando-se de acordo com os correspondentes requisitos funcionais. O edifício é hermético desde uma leitura frontal, revelando seu interior unicamente através de uma perspectiva perpendicular. Passando pelos espaços da estação, permite às vezes, a visão momentânea dos grandes caminhões vermelhos, estacionados na garagem. Suas rotas estão desenhadas no asfalto. De forma similar, os exercícios ritualizados dos bombeiros se desenham no solo, em uma série de notações coreográficas. O edifício inteiro é movimento congelado. De algum modo pretende expressar essa tensão de permanecer alerta e pronto para poder entrar em ação a qualquer momento. As paredes parecem deslizar-se umas sobre as outras, enquanto que as grandes portas deslizantes formam na realidade uma parede móvel.

Todo o edifício está construído em concreto armado aparente. Tratou-se de evitar qualquer classe de acessório – como guarnições, ou revestimentos nos cantos – porque ofuscaria a simplicidade da forma prismática e a qualidade abstrata do conceito arquitetônico. Hoje a estação abriga o Museu de Cadeiras.

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